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Brasil caiu 6 posições em Índice de Democracia, diz “Economist”

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A EIU (Economist Intelligence Unit) disse que o Brasil caiu 6 posições no Índice de Democracia 2024, divulgado na 5ª feira (27.fev.2025). Foi do 51º lugar em 2023 para o 57ª posição, com 6,49 pontos. A divisão de pesquisa do Grupo Economist afirmou que dentre os motivos da queda está a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de bloquear o X.

“Os níveis elevados de polarização política levaram à politização das instituições brasileiras e ao aumento da violência política”, disse o estudo na parte em que analisa o Brasil.

A revista britânica diz que desde 2019 o STF tem conduzido “investigações controversas” sobre a propagação de supostos ataques de desinformação contra instituições eleitorais e democráticas e ameaças contra ministros do Supremo, “principalmente por ativistas de direita”.

O estudo cita como um dos motivos da queda do Brasil no ranking sobre democracia que a decisão de Moraes de bloquear o X em agosto de 2024 depois que a plataforma descumpriu ordem do STF de indicar um representante legal da empresa no país. O X só voltou a funcionar em outubro. Ou seja, durante parte da campanha para as eleições municipais do ano passado, a plataforma de Elon Musk ficou fora do ar no país.

“Restringir desta forma o acesso a uma grande rede social durante várias semanas não tem paralelo nos países democráticos. A censura ultrapassou os limites do que podem ser consideradas restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral. Tornar ilegal um determinado discurso, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do Judiciário. O acórdão não só tem um efeito inibidor sobre a liberdade de expressão, mas também abre um precedente para os tribunais censurarem o discurso político, o que poderia influenciar indevidamente os resultados políticos”, afirma a pesquisa.

O estudo cita também como motivo da queda da democracia no Brasil os novos detalhes que vieram à tona sobre a suposta tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022 contra o presidente que venceu o pleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e ministros do STF. A análise diz que esse fato sugeriria que as Forças Armadas continuam com baixa avaliação sobre as leis.

A Noruega continua a ser o país mais democrático do ranking, com 9,81 pontos. A nação ocupa a posição há 15 anos. Em 2º lugar está a Nova Zelândia, com 9,61 pontos. A Suécia fecha o top 3, com 9,39 pontos.

Metodologia e resultados

O chamado Índice de Democracia é elaborado anualmente pela EIU há 19 anos. Tem o objetivo de fornecer uma visão geral da situação da democracia em 167 países, sendo 165 Estados independentes e 2 territórios. O indicador baseia-se em 5 categorias:

  • processo eleitoral e pluralismo;
  • funcionamento do governo;
  • participação política;
  • cultura política;
  • liberdades civis.

Cada categoria recebe uma pontuação em uma escala de 0 a 10. A EIU também analisa os 5 fatores para dar uma pontuação geral para cada país. Com isso, as nações são classificadas em 1 dos 4 tipos de regime:

  • “democracia plena”: pontuação maior que 8;
  • “democracia imperfeita”: maior que 6 e menor ou igual a 8;
  • “regime híbrido”: maior que 4 e menor ou igual a 6;
  • “regime autoritário”: menor ou igual a 4.

Segundo o levantamento, só 25 países têm “democracias plenas”. Eram 24 no ano anterior. Já a quantidade de “democracias imperfeitas” diminuiu de 50 para 46 em comparação com 2023. Outros 36 países são classificados como “regimes híbridos”, que combinam elementos de democracia formal e autoritarismo. Eram 34 no ano anterior. E 60 são classificados como “regimes autoritários”. Em 2023, eram 59.

Poder 360

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