O exército de Mianmar está limitando a ajuda humanitária extremamente necessária para as vítimas do terremoto em áreas onde vê oposição do governo, revelou o escritório de direitos humanos das Nações Unidas nesta sexta-feira (4).
A noticia é de portal CNN. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também disse que estava investigando 53 ataques relatados pela junta contra oponentes desde o terremoto em 28 de março, incluindo ataques aéreos, dos quais 16 ocorreram após um cessar-fogo em 2 de abril.
Nesta sexta-feira (4), o escritório foi informado de mais oito ataques que estava investigando.
Um porta-voz da junta governante de Mianmar não respondeu às ligações da Reuters pedindo comentários.
A situação humanitária nas áreas do terremoto, especialmente aquelas fora do controle militar, era catastrófica, relatou a porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, a repórteres em Genebra.
O terremoto de magnitude 7,7 um dos mais fortes a atingir Mianmar em um século, sacudiu áreas que abrigam 28 milhões de pessoas, derrubando prédios, arrasando comunidades e deixando muitos sem comida, água e abrigo.
James Rodehaver, chefe da equipe de Mianmar do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, falando por meio de videoconferência em Bangkok, relatou “As limitações da ajuda fazem parte de uma estratégia para evitar que o auxílio chegue às populações que considera não apoiarem a tomada do poder em 2021.”
O governo anunciou na quarta-feira (2) à noite na TV estatal, MRTV , um cessar-fogo unilateral de 20 dias com efeito imediato para apoiar a reabilitação pós-terremoto, mas alertou que “responderia de acordo” se os rebeldes lançassem ataques.
O conflito dizimou a economia predominantemente agrária, expulsou mais de 3,5 milhões de pessoas de suas casas e prejudicou serviços essenciais, como assistência médica.
