Crianças trancadas em quartos escuros, forçadas a ingerir líquidos de privadas e pouca comida. O que é um cenário de pesadelo, tem acontecido em creches de todo Brasil. A notícia é do Metrópoles.
Em 2024, os casos de maus-tratos contra crianças cresceram 30,3%, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, totalizando 29.469 ocorrências registradas apenas no último ano.
A seguir, relembre os casos que mostram a realidade de maus-tratos em instituições de ensino infantil em diferentes estados do país.
Osasco (SP)
Em fevereiro de 2025, a diretora e proprietária de uma escola de educação infantil em Osasco (SP), Marina Rodrigues de Lima, foi flagrada no momento em que chacoalhava um bebê de 2 anos e o forçava a ingerir um líquido. Após a criança recusar a ingestão, a diretora deu tapas em seu rosto.
Toda a ação foi gravada por uma funcionária que se indignava com o comportamento da diretora.
Após uma audiência de custódia, a Justiça de São Paulo decidiu manter a prisão de Marina por maus-tratos, lesão corporal, submeter criança a vexame e tortura. Confira o vídeo:
Rio de Janeiro (RJ)
Dante, de 4 anos, tem paralisia cerebral e foi vítima de maus-tratos pela diretora e duas funcionárias de uma creche em Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), em 2022.
Em junho de 2022, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou uma escola por manter Dante preso em uma cadeira, isolado de outras crianças por horas e com pouco acesso à água.
Apesar da denúncia ter sido recebida pelo juiz da 41ª Vara Criminal em 30 de maio de 2022, a mãe, Flávia Louzada, a policial militar, afirma que só descobriu o ocorrido depois de receber uma denúncia anônima.
Segundo o juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta, Dante permaneceu sentado e contido em uma cadeira por horas. “Até mesmo no momento da chamada “soneca”, sendo privado de seu sono, além de não haver oferta de líquidos durante todo período que permaneceu na creche”.
Goiânia (GO)
Um casal proprietário de uma creche particular em Goiânia, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) em 20 de janeiro deste ano, por maus-tratos e tortura contra crianças no local. De acordo com os relatos de ex-funcionários e pais, os bebês eram deixados trancados em um quarto escuro, muitas vezes sem comida.
Na rotina da creche, era oferecida uma alimentação extremamente precária: no almoço, sopa todos os dias, e no jantar, a mesma sopa era servida batida no liquidificador, e oferecida aos pequenos apenas uma vez. Além disso, crianças chegavam a beber água quente, segundo testemunhas.
A creche foi fechada em 2024 e os donos foram indiciados.
Brasília (DF)
Uma creche localizada no Sudoeste, em Brasília (DF), foi alvo de 22 ocorrências registradas relatando casos de abusos contra crianças de zero a três anos em maio de 2024. Diante do caso, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) iniciou uma investigação aprofundada e, em 2024, cumpriu mandado de busca e apreensão na instituição de ensino.
Durante a operação da PCDF, os policiais encontraram o espaço em condições insalubres. Infestação de baratas e problemas de higiene eram os sintomas mais leves. O local já até sido interditado três vezes pela Vigilância Sanitária, recebeu uma multa de R$ 4,6 mil, porém seguia funcionando ilegalmente.
No local, os pais dos alunos encontraram mofo em panos e babadores, bem como diversos buracos nas paredes. Durante a investigação, foi constatado que 15 crianças matriculadas na creche teriam apresentado sintomas de intoxicação alimentar.
