O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os demais países do mundo deveriam produzir mercadorias nos EUA, pois ele reduzirá “substancialmente os impostos”. A fala foi realizada durante a participação de Trump no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O republicano participou de modo virtual, da Casa Branca.
“Minha mensagem para todas as empresas do mundo é muito simples. Venha fazer seu produto na América e nós lhe daremos um dos menores impostos de qualquer nação na Terra. Estamos reduzindo-os substancialmente, mesmo em relação aos cortes de impostos originais de Trump”, disse o republicano.
O presidente ainda destacou que “se você não fizer seu produto na América, o que é sua prerrogativa, então muito simplesmente você terá que pagar uma tarifa, valores diferentes, mas uma tarifa que direcionará centenas de bilhões de dólares e até trilhões de dólares para nosso Tesouro para fortalecer nossa economia e pagar dívidas”.
“Tarifaço” ainda não veio
Desde a vitória de Trump nas eleições presidenciais americanas em novembro, os mercados vinham projetando que as tarifas comerciais impostas pelo novo governo na Casa Branca poderiam fazer a inflação subir, levando o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) a manter o aperto monetário por mais tempo.
Nos últimos dias, no entanto, houve um movimento de queda global do dólar, impulsionado pela percepção de que Trump não deve definir as novas tarifas tão rapidamente quanto parte do mercado esperava.
Na prática, até agora, Trump se limitou a orientar as agências federais a examinarem com lupa os déficits comerciais dos EUA e as práticas comerciais adotadas por outros países, que supostamente prejudicariam os interesses americanos. Mas não houve nenhum anúncio oficial sobre novas tarifas.
Após tomar posse, Trump chegou a dizer que iria impor tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México e de 10% para a China – cifra inferior, no caso chinês, à que vinha sendo especulada pelo mercado. O chamado “tarifaço” que muitos esperavam, porém, ainda não veio.
Petróleo
O presidente disse que irá pressionar a Arábia Saudita e o cartel de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) “para reduzir o custo do petróleo”, o que provavelmente exigiria um acordo entre os países-membros para aumentar sua produção.
“Estou surpreso que eles não fizeram isso antes da eleição. Isso não demonstrou muito amor da parte deles não fazerem isso”, ele acrescentou.
Donald Trump afirmou que, se os preços do petróleo caírem, “a guerra Rússia-Ucrânia terminaria imediatamente”, o que seria contrário à vontade da Rússia.
O presidente, então, argumentou que, “com os preços do petróleo caindo, exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente. E, da mesma forma, elas deveriam estar caindo em todo o mundo. As taxas de juros deveriam nos seguir por todo o lado”.