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'Sonho cruel': Artilheiro do ABC já foi vendedor de desinfetante e quase abandonou futebol

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Foto: Rennê Carvalho

O sonho do futebol muitas vezes é cruel, no sentido mais puro do dicionário da palavra: que faz o mal, atormenta, maltrata e é impiedoso. É preciso abdicar de muitas coisas para, no fim, nem sempre alcançar o sucesso que se imagina. Um levantamento já apontava que apenas 12% dos jogadores conseguiam salários acima de R$ 5 mil. Talento, perseverança e sorte, em muitos casos, são fatores primordiais para tentar entrar nesse seleto grupo de remuneração.

No caso de Emanuel, revelação da temporada do ABC e um dos artilheiros do Brasil, a perseverança teve que se sobressair aos demais fatores. Cearense, de Juazeiro do Norte, o jovem saiu cedo de casa em busca do sonho.

Pai na adolescência, o jogador, para ajudar em casa, teve que trabalhar como ambulante e realizar outros serviços braçais. Em entrevista exclusiva ao Blog do Bolinha, Emanuel relatou as dificuldades vividas até se firmar nos gramados.

"Comecei muito cedo. Aos 13 anos, saí de casa pela primeira vez e não deu certo. Tive um relacionamento novo e fui pai bem jovem. Trabalhei como vendedor ambulante de desinfetante. Trabalhei também com carga e descarga de bombons e produtos desse segmento", contou.

Com passagens pelas bases do Ceará e do Floresta (CE), o atleta se firmou no alvinegro de Natal. Porém, precisou enfrentar a realidade cruel do futebol. Não tinha empresários famosos nem apadrinhamento. Era apenas ele e seu sonho. A vontade de desistir surgiu mais de uma vez. Abraçado apenas ao desejo de se destacar e brilhar nos gramados, Emanuel convivia com a pressão de gerar retorno financeiro.

"Para chegar até onde cheguei é sempre muito difícil. Muitos clubes não valorizam. No futebol, um meio movido a interesses e dinheiro, muitas vezes não importa o talento que você tenha. Pode aparecer alguém que queira lhe prejudicar. Quis desistir do futebol duas vezes por ter minha filha e não conseguir mantê-la, mesmo me esforçando muito", relatou.

A situação foi também mencionada por Carlos, o Cabelo, ex-coordenador das bases do ABC. De acordo com ele, Emanuel não estava nem entre os jovens que seriam promovidos ao profissional nesta temporada. Mal aproveitado, o centroavante chegou a ser utilizado como atleta de beirada de campo. Porém, o ex-coordenador afirmou que insistiu e conseguiu a promoção do jogador.

Depois de ser promovido, o impacto foi quase instantâneo. Os números já são melhores que os de Matheus Matias, e Emanuel já se coloca como o melhor começo de uma promessa da base dos últimos anos do alvinegro. Neste momento, o jovem cearense, maltratado e pisoteado muitas vezes pela crueldade do futebol, conseguiu transformar sua dificuldade em sucesso. No apelido carinhoso dado por parte da torcida, Emanuel chutou para longe as adversidades e virou "o cruel".

Destaque do ABC na temporada, o atacante, que já deve ter vários times de olho, mantém os pés no chão. Uma coisa é certa: se mantiver essa essência, poderemos estar presenciando o surgimento de um grande nome do futebol brasileiro.

"O início da minha trajetória faz com que me mantenha firme, buscando seguir humilde e com os pés no chão. Quero sempre atender da melhor maneira, com atenção e cuidado, os fãs e admiradores. Me dedico ao máximo para seguir fazendo tudo da melhor maneira", concluiu.

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Wilson Mancini Junior (@wilsonmancinni)

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