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Brasil

Mais de 40 alunos recebem atendimento médico após uso compartilhado de agulha em aula no ES

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Quarenta e quatro alunos de uma escola estadual de Laranja da Terra, na Região Serrana do Espírito Santo, compartilharam a mesma agulha para coletar sangue em atividade prática em sala de aula sobre como descobrir o tipo sanguíneo. Os alunos foram encaminhados ao hospital para fazer exames médicos e descartar eventuais infecções. O caso ocorreu na última sexta-feira (14). A informação é do G1.

Os alunos pertencem a turmas de 2ª e 3ª séries do Ensino Médio e têm idades entre 16 e 17 anos. O professor de Química responsável pela aula foi demitido e o caso foi encaminhado para a corregedoria da Secretaria de Estado da Educação (Sedu). Segundo a secretaria, a atividade foi realizada sem a devida autorização da coordenação pedagógica. (leia a nota na íntegra abaixo)

***Nesta terça-feira (18), a Sedu informou que 44 alunos teriam passado por testes, enquanto a Semus mantém a informação de que são 43, como divulgado inicialmente. O g1 questionou as duas secretarias sobre a divergência, mas a diferença não foi esclarecida.

O nome da escola não será divulgado para preservar a identidade dos alunos.

Médicos destacam que o uso compartilhado de seringas e agulhas é um comportamento de alto risco para contrair doenças infecciosas como HIV e hepatite B e C.

Segundo relatos dos pais, os estudantes contaram que participaram de uma aula de Práticas Experimentais em Ciências, realizada com quatro turmas para demonstrar como descobrir o tipo sanguíneo de cada um.

Quando os pais souberam da atividade, ficaram apreensivos com possíveis consequências para a saúde dos filhos e procuram a escola e a polícia.

Após a realização dos exames e com a repercussão do caso, os adolescentes relataram que passaram a ser discriminados na escola pela possibilidade de terem sido infectados.

A Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra foi acionada e, diante da demanda, o médico plantonista do hospital e a Vigilância Epidemiológica do município para iniciar o protocolo de testagem, ainda na sexta-feira (14).

Os alunos e o professor passaram por testes de diagnóstico para doenças infecciosas. Até a publicação desta reportagem, todos os resultados deram negativo.

Nesta segunda-feira (17), foi realizada uma reunião com pais e estudantes da escola, com a presença de representantes da Secretaria Municipal de Saúde, para maiores esclarecimentos sobre o caso.

A Sedu informou que, por protocolo, os alunos serão acompanhados pela secretaria e que vão repetir os testes em 30 dias.

Compartilhamento de agulha não é recomendado

De acordo com a médica infectologista Ana Carolina D'Ettores, o compartilhamento de agulhas é um comportamento de alto risco que pode expor os paciente a doenças potencialmente graves como a Aids/HIV, hepatite C, hepatite B, além de infecções bacterianas.

"O recomendado é sempre que não se reutilize nem no próprio paciente a mesma agulha. Toda agulha que é utilizada por qualquer pessoa deve ser descartada após o uso. E claro, antes de utilizar a área que terá o contato com a agulha precisa ser higienizada e descartada de forma coleta, para o tip de lixo específico apenas para material biológico", destacou a médica.

Além disso, a infectologista pontuou que os jovens que ficaram expostos a esse compartilhamento precisam ter acompanhamento médico com exames de sangue regulares em 30, 60 e 90 dias para observar se alguma doença vai se manifestar.

O que dizem as autoridades

A Sedu informou que os alunos estão bem e frequentando as aulas normalmente. Todos os 44 estudantes foram submetidos a testes rápidos de diagnóstico de infecção, com resultados negativos para todas as doenças testadas. Inclusive, na manhã desta terça-feira (18), estão sendo realizados testes complementares para testar a imunidade contra hepatite B e C. Em relação ao professor, o contrato foi encerrado, e o caso encaminhado para a corregedoria da Sedu.

Para garantir o acompanhamento adequado dos estudantes, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) realizaram uma reunião para definir os protocolos a serem seguidos. Os alunos serão submetidos a novos testes em 30 dias. Além disso, a escola promoveu um encontro com pais e alunos, para prestar esclarecimentos.

A atividade de observação de células sanguíneas ministrada por um professor de Química foi realizada sem a devida autorização da coordenação pedagógica. Assim que a Sedu tomou conhecimento do ocorrido, todas as medidas necessárias foram imediatamente adotadas.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que, assim que foi acionada, fez contato com a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, que orientou sobre os protocolos e medidas a serem adotadas na ocasião.

Os atendimento foram prestados pelas equipes do Hospital Municipal de Laranja da Terra e da Unidade Básica de Saúde da sede.

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