O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são os nomes que o eleitorado brasileiro vê como os de maior potencial de serem bons chefes do Executivo federal, conforme dados de pesquisa inédita do Ipespe, obtidos em primeira mão pela CNN.
Para 40% dos brasileiros, Lula seria um bom presidente caso fosse reeleito em 2026, enquanto 57% responderam que não seria. O petista é o nome do levantamento com maior índice de respostas positivas, mas tem saldo negativo de 17 pontos – todos os presidenciáveis listados registram mais respostas negativas do que positivas. Apenas 3% dos entrevistados disseram não conhecer Lula o suficiente ou não responderam.
Tarcísio é o segundo nome com mais respostas de que seria um bom presidente se fosse eleito em 2026, com 35%. O saldo do governador é 12 pontos negativos, dado que 47% dos entrevistados responderam que ele não seria um bom presidente. A taxa dos que não o conhecem o suficiente é significativa, com 16%, e outros 2% não responderam.
Os percentuais obtidos por Lula são muito próximos dos índices de aprovação do governo medidos pelo Ipespe. No atual levantamento, 54% dos brasileiros desaprovam a gestão do petista, ante 41% que aprovam. O instituto mostra que Lula obtém saldo positivo nesse quesito apenas entre os mais jovens (16 a 24 anos) e os eleitores do Nordeste, e situação de empate técnico entre as mulheres e os que têm renda até 2 salários mínimos. Em todos os demais segmentos, a desaprovação supera a aprovação.
Por sua vez, Tarcísio é o que obtém mais respostas afirmativas de que seria um bom presidente entre os que desaprovam o governo Lula, com 60%. É o único nome a superar a metade desse segmento acima da margem de erro do levantamento, de 2 pontos percentuais.
A pesquisa Pulso Brasil, feita pelo Ipespe, ouviu 2.500 eleitores de 16 anos ou mais, entre os dias 20 e 25 de março, em entrevistas por telefone ou online. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,45%.
Entenda o ranking de presidenciabilidade
O cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, batizou esse modelo de “ranking de presidenciabilidade” e fez uma lista com um total de dez nomes que foram testados nessa primeira rodada.
A ideia é criar uma série histórica ao longo deste ano, de modo a aferir os avanços ou retrocessos de cada um dos potenciais candidatos ao Palácio do Planalto em 2026. Dessa forma, é possível medir a preferência e o potencial eleitoral dos principais agentes políticos nacionais sem a necessidade de se testar diversos cenários hipotéticos da disputa.
“Quando não se dispõe ainda de uma lista de candidatos efetivos, a chamada intenção de voto, baseada em cenários concebidos arbitrariamente, pouco ou nada contribui para se projetar a força real dos presidenciáveis”, explica Lavareda.
“Perguntar individualmente sobre sua capacidade de desempenhar um bom mandato – e acompanhar a evolução dessa percepção – ajuda muito mais a projetar a força futura de uma eventual candidatura.”
A sequência do ranking traz no top 5, por ordem de maior percentual de respostas afirmativas: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com 33%; o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), com 30%; e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), com 28%, em situação de empate técnico com o parlamentar.
Os demais cinco nomes são o ex-ministro Ciro Gomes (PDT); os governadores do Paraná, Ratinho Jr (PSD), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União); o empresário Pablo Marçal (PRTB) e o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB).