A empresa R7 Facilities Serviços e Manutenção, que foi fundada por um deputado federal e bastante citada durante as investigações sobre a fuga de Tatu e Martelo do presídio federal de Mossoró, voltou a ser destaque nesta semana. Reportagem do Metrópoles apontou que a empresa de engenharia demitiu funcionários após os trabalhadores protestarem contra atrasos salariais. Isso, claro, reacendeu o histórico de polêmicas da empresa.
Entre elas, de acordo com a reportagem do Metrópoles, está o fato do dono já ter recebido sentença de penhora em bens para pagar dívida de R$ 8,6 mil junto aos cofres públicos, mesmo acumulando contratos com os Executivos local e nacional que chegam a ultrapassar R$ 40 milhões. E mais: na ocasião, a Justiça encontrou apenas R$ 523,64 nas contas bancárias do atual sócio-administrador da empresa, o técnico em contabilidade Gildenilson Braz Torres.
Gildenilson mora na periferia do DF e chegou a receber auxílio emergencial durante a pandemia. Ele só foi notificado da decisão judicial em fevereiro de 2023, um ano depois da decisão da 1ª Vara de Execução Fiscal do DF, porque, à época, os Correios não conseguiram localizá-lo nos endereços cadastrados.
DEMISSÕES
Os funcionários demitidos (oito, até o momento) estavam lotados nos ministérios das Mulheres, dos Direitos Humanos (MDH) e da Igualdade Racial (MIR). Dias antes do corte, o grupo protestou em frente à sede do MDH e se reuniu com deputados e sindicalistas do Distrito Federal para reclamar de atrasos salariais. Uma funcionária fala em “punição política”.
“Os funcionários que davam trabalho foram escolhidos para serem demitidos. Por dar trabalho, entenda-se cobrar os direitos”, disse ela ao Metrópoles. O Ministério Público do Trabalho (MPT) investigará as demissões.
PRESIDIO DE MOSSORÓ
Em fevereiro de 2024, a R7 ficou conhecida nacionalmente após dois integrantes do Comando Vermelho (CV) fugirem da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A empresa fazia uma obra no telhado da prisão à época, e dois funcionários passaram a ser investigados.
Atualmente, a R7 é investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU) por supostamente manter “laranjas” à frente da empresa. A R7 Facilities foi criada em 2009 por Ricardo de Souza Lima Caiafa, hoje suplente de deputado distrital pelo Partido Liberal (PL-DF).