A Anvisa proibiu a comercialização de suplementos alimentares que contenham ora-pro-nóbis. A medida, publicada nesta quinta-feira (3), não atinge o consumo da planta em sua forma natural, que segue permitida. A informação é do g1.
A proibição ocorre porque a Pereskia aculeata — nome científico da planta — não está autorizada como ingrediente para suplementos. Segundo a agência, qualquer substância usada nesses produtos precisa passar por avaliações de segurança e eficácia, além de comprovar valor nutricional ou funcional.
A planta, tradicional na culinária de estados como Minas Gerais e Goiás, é rica em proteínas, fibras, ferro e vitaminas. Pode ser consumida em saladas, refogados, chás e outros preparos. No entanto, o uso em cápsulas ou formatos concentrados ainda não tem respaldo científico suficiente, segundo especialistas.
A Anvisa também reforça que suplementos não são medicamentos. Portanto, não podem alegar benefícios terapêuticos, como prevenção ou tratamento de doenças. Eles são voltados para pessoas saudáveis e devem complementar, e não substituir, a alimentação.
Riscos em excesso
Especialistas alertam para o consumo indiscriminado da planta em forma concentrada. A nutricionista Adriana Molica destaca que a ora-pro-nóbis contém compostos como oxalatos, que, em grandes quantidades, podem prejudicar a absorção de nutrientes e favorecer a formação de cálculos renais.
Já a médica nutróloga Eline Soriano, da Associação Brasileira de Nutrologia, lembra que, apesar do perfil nutricional promissor da planta, faltam estudos consistentes que validem seu uso seguro como suplemento.
